Faleceu neste domingo, 11/01/2009, Sérgio Regina, o varginhense que adotou Cambuquira de corpo e alma. (*)
Há alguns anos com a saúde debilitada, uma ou mais intervenções no coração, algumas hérnias e problemas no intestino que, apesar disso não lhe tiravam o bom humor presente nas suas piadas de sempre, até com o seu estado de saúde.
Apaixonado por nossa cidade desde os tempos de menino quando frequentava a Estância e onde seus pais adquiriram uma casa onde passavam todas férias e fins de semana, acabou-se por se tornar um cambuquirense.Defensor do meio ambiente, defensor das “matas ciliares”, expressão criada por ele, teve papel importante na defesa do meio ambiente não só na região como também em todo o Brasil. Assim o seu nome passou a ser conhecido até no exterior.Na última vez que o encontrei, ele saía do Hospital Humanitas de Varginha onde ele teria ido para uma “revisão” de um cirurgia no coração que ele confidenciou ter sido uma experiência traumatizante, apontando com o dedo a direção de um corte vertical feito no peito.No site da Associação Brasileira de Horticultura, encontrei o texto abaixo que dá mais detalhes do que foi o nosso simpático senhor de cabelos avermelhados, característica genética herdada de sua mãe D. Maria Helena Foresti Regina, com a simpatia do velho Braz Regina, seu pai e seu irmão Paulinho, hoje Dr. Paulo Foresti Regina, cirurgião renomado em Varginha, com os quais tive o prazer de conviver nas citadas férias lá pelos anos 60.
O texto abaixo de autoria de Nozomu Makisuima, Associação Brasileira de Horticultura, define bem que foi Sérgio Mário Regina:
Natural de Varginha - MG, formou-se engenheiro agrônomo em 1956 pela Escola Superiro de Agricultura "Luiz de Queiroz", USP, Piracicaba - SP. Bom futebolista que era, jogava no flamengo de Varginha, mas também atuou em clubes em Poços de Calda e de Piracicaba. Na equipe de futebol da ESALQ era conhecido por "Ponce de León", eximo meia-direita do São Paulo Futebol Clube da época. Iniciou sua vida profissional como extensionista da EMATER - MG onde ocupou o cargo de coordenador de Hortaliças e posteriormente de Olericultura, Participou do 1º Curso Intensivo de Olericultura, (Projeto ETA - 55) promovido pela então Universidade Rural do Estado de Minas Gerais (UREMG), em Viçosa. Dos participantes deste curso nasceu a idéia de formar a Sociedade de Olericultura do Brasil. Na EMBRATER, coordenou o Programa de Horticultura (PROHORT) dando ênfase a capacitação/reciclagem dos extensionista de todo o Brasil, convocado pelo então Ministro da Agricultura Alysson Pauinell, como consultor da Secretaria Nacional de Produção criou e foi titular da Gerencia de Horticultura quando implementou os programas Nacionais de Produção e Abastecimento de Alho. Batata, Cebola e Maçã que foram também apoiados pelos cinco ministros sucessores. Para a implementação de tais programas contou com a colaboração dos engenheiros agrônomos Tarcísio da Silva Siqueira e Ilto Antonio Marandini da EMBRATER e João Alves de Menezes Sobrinho e Nozomu Makisuima da EMBRAPA e realizou vários eventos como "raids", cursos, mostras e outros, pelos diversos Estados do pais, principalmente naquele tradicionais de tais espécies de hortaliças. Incentivou a criação de produtores locais, regionais, estaduais e nacional de alho, batata, cebola e maçã. Sérgio Regina não tem atuado somente na área olericola. Preocupa-se com a conservação dos recursos naturais, principalmente da água. Dessa preocupação resultou a criação do Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Verde. Atualmente desenvolveu o "raid" Colha Chuva Para Produção de Água, programa desenvolvido pela EMATER - MG e EPAMIG donde trabalha desde 1994 após 35 anos dedicados à Extensão Rural. Todas as atividades desenvolvidas pelo Sérgio eram e são direcionadas para o bem comum da sociedade. Tanto isto é verdade que recebeu 84 honrarias de reconhecimento público. Entre elas, foi o primeiro ganhador co Prêmio Marcílio de Souza Dias, da Sociedade de Olericultura do Brasil. (Texto Nozomu Makisuima )
(*)Seu corpo foi cremado em Belo Horizonte na manhá de segunda-feira (12/01). Suas cinzas foram lançadas no Rio Verde, do qual ele foi o maior defensor.
Homenagem póstuma do Globo Rural ao nosso amigo Sérgio Regina12.02.2009
Foram jogadas no Rio Verde as cinzas do ambientalista Sérgio Mário Regina, mineiro que se destacou na luta pela preservação ambiental.
O ambientalista Sérgio Mário Regina, morto há um mês, foi homenageado no sul de Minas, região onde nasceu e se destacou na luta pela preservação ambiental. As cinzas dele foram jogadas no Rio Verde.
Sérgio Regina escolheu um lugar bem próximo à cabeceira do Rio Verde, o mesmo que ele protegeu durante a vida para descansar. “Meu pai deixou por escrito no testamento que seu último desejo seria ser cremado e que suas cinzas fossem jogadas na nascente do Rio Verde, pela beleza e pela limpeza da água”, contou Sérgio Brás Regina, filho de Sérgio Mário Regina.
Foram 500 artigos publicados e mais de 200 cursos ministrados na carreira. Na década de 70, Sérgio Mário Regina foi gerente geral de produção e abastecimento de hortaliças e frutas do Ministério da Agricultura. Ele foi considerado um dos responsáveis pelo desenvolvimento da produção nacional de batata, alho, tomate, maçã e cebola, produtos que na época eram comprados em grande parte de outros países.
“O homem veio ao mundo para dar bons shows e ser aplaudido”. Sérgio Regina proferiu a frase e seguiu durante toda a vida. Os shows dele foram pela proteção do meio ambiente, especialmente a bacia do Rio Verde. A homenagem foi cravada em uma pedra, como forma de simbolizar os aplausos à admirável trajetória.
“Ele foi uma figura humana fantástica e um professor para todos nós. Todo aquele que milita na área ambiental, especialmente na questão dos recursos hídricos, têm o Sérgio Regina como ídolo”, disse Valentim Calenzani, secretário do Comitê Bacia do Rio Verde.
Amigos, parentes e autoridades estiveram na homenagem ao engenheiro agrônomo. Pétalas de rosas e amostras de outras bacias foram jogadas no Rio Verde. As cinzas do corpo do ambientalista se dissolveram nas águas do rio.
O ambientalista Sérgio Regina morreu de câncer, aos 76 anos.
Fonte: Globo Rural
